segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ultima parte do capitulo...

Bells brigada pelo carinho sempre!!!


- Não tenha medo. Não vou ferir você e nem suas meninas. Eu estava esperando por vocês, para poder ajudá-las - Seus olhos eram lilás claros, pude ver bem nitidamente devido aproximação com os meus.

Fiquei paralisada e desarmada. Parecia que aquela estranha mulher sabia mais da minha vida, do que eu mesma. Como era possível isso? As perguntas que estavam explodindo na minha cabeça calaram-se, ficaram tão supressas quanto eu com a resposta daquela estranha. A olhei com perplexidade, não sabia o que fazer ou dizer. Ela deu uma risada baixa, pegou novamente meu ombro e voltamos a andar.

- Podemos continuar andando? – Perguntou de forma bastante gentil.- Suas roupas estão encharcadas, deve estar com frio.

Somente assenti com a cabeça. Realmente o frio começava me atacar, fazendo meu corpo ter espasmos musculares, pareciam protestar a respeito aquela roupa ensopada colada em meu corpo. Era muito estranho como aquela mulher parecia olhar dentro da minha alma, seus olhos lilás pareciam me conhecer por completo. Não havia segredos entre nós. Continuamos a andar em meio a tempestade sem fim.

Vi uma casa ao longe, as paredes eram brancas e com janelas de madeira escura. Atravessamos um jardim, que parecia ser bem cuidado, não conseguia julgar perfeitamente por causa da chuva, que embaçava bastante a minha visão.

Ao chegar à varanda da casa, ouvi uma voz de criança. Tinha impressão de ser um grito de felicidade. Fiquei feliz e ao mesmo tempo surpresa. Foi quando a misteriosa mulher passou a minha frente e estava abrindo a porta. Eu fiquei paralisada na porta, aquilo tudo era inacreditável.

Vislumbrei a sala, muito bem iluminada, havia duas poltronas beges colocadas lado a lado, tinha uma linda e simples mesa de centro, onde estava repleta de brinquedos e fraldas, abaixo dessa mesinha havia um tapete de palha, de um tom bege claro. No outro canto da sala havia uma mesa enorme com pilhas de roupas de crianças.

Fiquei encantada com arrumação e a limpeza. Sem duvida era um lugar aconchegante, fui imediatamente seduzida pelo clima de paz, que esse ambiente me transmitia. Entrei vagarosamente na casa, olhando cada detalhe. Quando passei o ultimo pé pela soleira só ouvi o bater da porta se fechando, atrás de mim. O susto me fez virar imediatamente, então vi uma menininha morena. Ela tinha os olhos negros como à noite, mas muito brilhantes, que combinavam perfeitamente com seu cabelo liso e preto. Percebi que foi ela quem fechou a porta.

Ela abriu um sorriso encantador ao encontrar meus olhos, parecia que conhecia aquela pequena de apenas dois anos de idade. De certa forma sentia que ela me pertencia de alguma maneira estranha. Ela olhou para mim sorrindo, esticou os braços, pedindo que eu a pegasse no colo. Retribui o sorriso e atendi seu pedido. Quando a ela se ajeitou em meu colo, passou os bracinhos pelo meu pescoço e me deu um beijo.

- Bem vinda ao lar. – olhando bem fundo nos meus olhos. Senti realmente que tinha retornado ao um lugar que nunca deveria ter saído. Fui inundada por um mar de emoção e sentimento. Aquela pequena criança me fez ver que tinha escolhido o caminho certo, mesmo sem saber qual era. Senti meus olhos afogarem em lagrimas.

- Mary, a deixe terminar de entrar e de nos conhecer direito- disse a mulher misteriosa de forma bastante afetuosa- teremos muito tempo para conversar e conviver. Você não deveria estar dormindo mocinha?

Não havia percebido a presença da mulher ao meu lado, até o momento que ela tentou pegar a Mary de meu colo. Contudo a menina não quis sair, apertou os braços em volta do meu pescoço, me surpreendi a força desse abraço, ela aparentava ter um ano de idade, mas a força era equivalente a uma criança de oito anos.

- Diga-me aonde que ela dorme, eu mesmo a coloco na cama. – pedi a mulher sem ao menos um minuto tirar os olhos de Mary- Vamos dormir?

Ela saiu do esconderijo dos meus cabelos, me deu um largo e sincero sorriso. Voltou a conchegar em meio aos meus cachos, suspirou profundamente e se entregou aos sonhos. A mulher misteriosa assentiu de bom grado. E conduziu-me até um quarto verde, onde havia cinco berços, três de um lado e dois do outro. Havia também duas camas de solteiro ao final do quarto. E uma mesa alta no meio do quarto onde havia uma pilha de fraldas de pano. Tudo muito bem arrumado e organizado. O cheiro de bebê era inebriante, era aconchegante e caloroso aquele quarto, parecia estar repleto de amor e cuidado.
Coloquei Mary no primeiro berço, estava vago e ela já dormia tranquilamente em meus braços. Havia uma paz enorme naquele cômodo, como nada de ruim pudesse acontecer ali, senti um conforte e paz. Tudo parecia estranhamente familiar e esperado. Caminhei ao longo do aposento, tocando tudo que podia com as pontas dos dedos, avaliando se tudo aquilo era real.

Quando me virei para analisar o os outros dois berços que estavam ao lado de Mary, notei que havia mais duas crianças. No primeiro havia uma menina de cabelo castanho escuro, com leves tons de avermelhado entre as mechas, a cor de sua pele era um tom moreno claro, uma boca bem carnuda e bochechas bem rosadas. Passei vagarosamente os dedos em seu rosto, ela não acordou, mas mexeu como agradecida pelo carinho. Ela devia ter um ano e alguns meses de idade. Ao sair vi que tinha uma placa com um G em cima do seu berço.

Ao virar para o outro berço vi outra menina, essa tinha o cabelo liso e dourado como sol, era branca, mas não em um aspecto doente, nunca tinha visto alguém daquela cor. Olhei para placa e vi que seu nome era Nina. Parecia ter a mesma idade da Mary. Comecei acariciá-la no rosto e fui descendo pelo seu braço direito, admirada pela cor da sua pele. Quando passei os dedos sobre sua mão, ela pegou o meu dedo delicadamente, ainda dormindo sussurrou algo incompreensível. Parecia queria me dizer algo muito importante e urgente. Eu ri sozinha do seu gesto, ela não queria soltar o meu dedo.

-Amanhã nos conheceremos melhor, estarei aqui para ficar com você. – Disse lentamente, sussurrando mais baixo possível. Foi nesse momento que ela deu um sorriso e me libertou.

Precisei de um minuto para absorver tudo que havia acontecido nesse quarto. Muitas emoções estavam presentes dentro de mim, maioria delas nunca eu tinha sentindo anteriormente. Como poderia ter me ligado a essas três meninas tão rapidamente? Elas pareciam que me aguardavam. Eu também estava reencontrando com elas, sentia que elas eram minhas filhas.

Lembrei da frase da mulher misteriosa a caminho da casa. Não vou ferir você e nem suas meninas. Será que ela se referia as meninas do quarto ou que eu estava esperando mais de uma criança? Sempre soube que daria a luz a uma menina, desde começo senti, eu tinha essa certeza muito clara dentro de mim.

As perguntas que estavam em minha mente antes de eu entrar naquela casa voltaram a rodar rapidamente, como um espiral, eram tantas e estavam completamente inquietas dentro de mim. Senti-me tonta, cambaleei um pouco, quando estava quase encontro ao chão, senti uma mão me segurando.

-Você precisa se alimentar. Quanto tempo está sem comer? – Disse a mulher misteriosa me levando para a cozinha.
- Não sei – murmurei pensando sobre ultima refeição. Aconteceu tanta coisa que parecia que havia se passados anos. Era como fosse outra era, como uma vida passada.
- Você esta com fome, posso ouvir seu estômago – Disse de forma humorada – Espero que goste da comida.

Sentei-me à mesa de madeira e olhei a minha volta, a cozinha era bem ampla. Olhei para o fogão de lenha, vi uma panela alta, o cheiro que vinha dela parecia de uma sopa deliciosa. Meu estômago fez mais um barulho alto que pode ser ouvido até do lado de fora da casa. Quem estava dentro de mim também estava protestando a sua fome. Então a mulher pos um prato de sopa na minha frente.

- Bom Apetite. Se quiser tem mais sopa na panela, pode pegar o quanto quiser. – Ela se sentou ao meu lado com seu prato a sua frente.
- Obrigada pela sua gentileza.

Foi a primeira vez que olhei aquela mulher de forma detalhada. Ela aparentava ter uns quarenta anos, cabelo negro longo, presos numa trança embutida, pele morena clara, do mesmo tom da pele de Mary. Seus olhos eram lilás, como eu tinha visto lá fora. Era alta e esguia, havia uma elegância nela do tipo que lia em livros sobre realeza. Ela me deixou analisá-la sem parecer desconfortável com a minha atitude. Foi quando olhei para os seus olhos gentis.

- Você deve ter várias perguntas. Meu nome é Lisa e sei que seu nome é Sarah, você terá duas meninas. - Ela parou e avaliou a minha reação antes de continuar. - Teremos bastante tempo para responder qualquer pergunta que você tiver. Mas antes de tudo quero que saiba, você tem a opção de ir embora hora quiser. O destino tem um esboço para todos nós, contudo nós que decidimos se aceitamos o plano original ou escrevemos outro. Enfim espero que possa confiar em mim, como já confio em você. Agora você pode perguntar o que você quiser.

Ouvi tudo com muita atenção, não queria perder nenhum detalhe do que Lisa falava. A segurança com o que ela falou me tocou profundamente. Estranhamente sempre senti que o destino tinha planejado algo a mais para mim. Algo realmente surpreendente. Não que fosse um ser especial, mas estava preparada para participar de algo único. Acho que encontrei aonde realizarei essa tarefa, mesmo que ela não esteja ainda clara para mim.

- Não quero outro plano, parece que o destino já traçou o meu mapa, e sinceramente me agrada e muito esse original. Não sei o que vai acontecer, só não sinto medo e sim uma certeza imensa de que achei finalmente o meu lugar.
- Ótimo. Sempre estaremos juntas. - Disse pegando minha mão e sorriu.- Esperando o tempo necessário pela nossa outra filha.

Não consegui compreender a sua última frase, porém não queria mais pensar em nada, somente comer aquela deliciosa refeição. Ficar preparada para uma jornada incrível que minha vida estava começando traçar à minha frente.

Meu coração transbordou um pouco mais de amor, eu teria outra filha. Não sei quando e como ela surgirá no meu caminho, contudo esperarei a cada dia pacientemente. Guardando todo meu amor para o dia que ela chegar.

Comemos e conversamos durante toda a madrugada. Nunca havia me sentindo tão feliz em toda minha vida. Aquele era o meu lugar, ali estava minha verdadeira família.

3 comentários:

  1. Não tem como negar Miss, a cada parte que eu leio dos seus textos fico mais convencida que você nasceu para escrever histórias e elas são ótimas...MUITO criativas, diferentes, intrigantes, cheias de mistérios...

    DEMAISSSSSSSSSSSSSSSSSS

    PARABÉNS MAIS UMA VEZ...

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  2. e eu que agradeço pela tua atenção e por poder ler o que tu escreve, que eu ADORO!!!!

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  3. essa mulher,lisa,é um verdadeiro mistério,adorei as meninas,elas são encantadoras
    mas quem é essa outra menina que a lisa citou?hum muitos mistérios e revelações estão por vim

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